"Deixo aqui um texto que escrevi sobre o percurso até à final:
Se  na Taça EUFA gastei muito dinheiro, na participação do FC Porto na  Champions já tive mais sorte tudo por causa de sucessivas apostas que ia  fazendo com o meu pai.
A caminhada começa com uma viagem de  carro até ao Mónaco para ver a nossa equipa, lembro quease sem surpresas  e contratações mas acabava de chegar/regressar o nosso Benny, jogo de  má memória para nós porque depois de uma grande viagem mereciamos melhor  sorte, mas bastou um azeiteiro mouro passar a bola para o ucraniano  bichona fazer um golo já quase no fim, depois do GR do AC Milan ter  defendido tudo até bolas em cima da linha.
Mas não foi esta  derrota que me desmotivou e quem anda por gosto não cansa, lá fui eu com  4 amigos a Belgrado ver o FC Porto, era o nosso primeiro jogo na  Champions e tinhamos de lá estar, um estádio a fazer lembrar um que  temos em Oeiras, que tinha sido alcatroado no dia anterior para que as  camionetas conseguissem lá chegar.
O resultado esse não foi o melhor  começamos a perder mas lá empatamos contra a corrente de jogo, um  relvado vergonhoso onde passamos muitas dificuldades frente a uns  adeptos completamente fanáticos, já cá fora e depois do jogo ainda tive  tempo de pedir um autografo ao nosso Drulovic que entretanto militava no  Partizan.
Mesmo assim como só vi coisas bonitas na Servia não  vim de todo triste, mas segue-se o Real Madrid em casa, é o único jogo  que vou fazer referência em casa porque é importante, nunca mais me vou  esquecer do que andaram a dizer de Mourinho e as profecias que andaram a  fazer, perdemos em casa 3-1 numa arbitragem vergonhosa do senhor Colina  onde até um simples tropeçar deu direito a penaltis.
3 semanas  depois já com mais calma lembrei-me de telefonar a um amigo meu se me  conseguia alojar por 1 noite para poder ir ver o meu FC Porto ao mítico  Velodrome, e mesmo com as contas difíceis a esperança não desaparecia,  digo que este foi o jogo nesta fase que mais unhas comi, mas se não  morri do coração em Sevilha não era ali de certeza que ia acontecer tal  coisa.
Noite grande para Alenitchev e claro para o parolo do  César Peixoto que fizeram um grande jogo, César fez até onde pôde e  depois voltou para o estaleiro era só azares, jogávamos contra uma  tripla atacante de respeito à cabeça contavam com Drogba, Steve Marlet e  Mido... Mas a vitória foram dos poucos Portistas presentes no estádio  onde trouxemos um importante 2-3 arrancado a ferros contra outro estádio  repleto de fanáticos.
Aqui já andava mais animado, já vinha a  fazer contas ao grupo que bastava ganhar os jogos que se seguiam em casa  para passarmos em 2º lugar, lá ganhamos em casa os dois jogos e era  hora de ir visitar nuetros hermanos e como não gosto deles fiz questão  de lá estar, metia-me nojo aquela equipa e sonhava que o FC Porto  podesse fazer um grande jogo e calar aqueles cara**.
Fiz-me à  estrada com o bilhete na mão e já perto de Madrid iamos ouvindo noticias  de alguns adeptos do FC Porto agredidos por adeptos Espanhois, bem eu  só pedia que jogassemos bem se tivesse que levar na “tromba” já tinha  idade suficiente para aguentar com o que quer que fosse.
Mas  naquele chuvoso dia, o nosso mágico que é melhor que o Pélé e finta com  os dois pés lembrou-se de fazer o mais espetacular jogo que o vi fazer,  jogamos à Porto, lembro só que no final um 1-1 empate para os Espanhois  era um vitória porque foi das melhores exibições colectivas que vi até  hoje, saímos do estádio sobe um coro de assobios e a imprenssa espanhola  “tal & qual” a nossa disse cobras e lagartos da nossa equipa,  lembro só uma frase do AS “Pseudo-galáticos com muito fogo-de-artifício  mas no final nada e especial...”, fica para mais tarde recordar  juntamente com um certo palhaço que foi ver o jogo do Real Mad vs FC  Porto à casa do Real em Lisboa, a este herói de pés de barro apenas uma  palavra “has-de sofrer até morrer...”
Como nem tudo eram boas  notícias no sorteio e já mais uma roadtrip combinada, sai nos oitavos o  todo-poderoso Manchester United, bem quando me dirigi à bilheteira para  comprar os bilhetes para o jogo fora ainda estavamos em Dezembro, e o  pensamento ia no seguinte se ficarmos pelo caminho já chegamos longe,  mas se passarmos que quero lá estar senão vou-me arrepender para o resto  da minha vida.
Em casa e já no novo Dragão um super Benny fazia 2  golos que nos faziam Sonhar, mas tinhamos sofrido 1 o que complicava as  contas, mesmo assim e numa noite cheia de nervos acontece um momento  mágico na partida que para mim é o momento chave para a nossa arrancada  para a Final, lembro só que aos 89´ estávamos arrumados, mas quem tem  Benny a marcar Livres e Costinha na recarga tem momentos como aquele que  vivi em Old Trafford, no teatro dos sonhos só o FC Porto tornou  realidade um sonho tantas vezes tentado, eliminamos um equipa Inglesa e  era a primeira vez que eu assistia em terras de sua Majestade a tal  feito.
A noite e já à saída problemas com os bebados do costume  que com a frustração da derrota queriam vingar-se nos adeptos, isto  acontece a quem passou os últimos 7 minutos a dizer-me adeus entre  outros gestos, claro que no final levou com tudo o que eu tinha,  lágrimas, alegria, arranhões na perna de saltar 7 filas para festejar um  golo e claramente o ultimo a dizer adeus fui eu, a noite acaba num pub  ranhoso a beber cerveja juntamente com umas inglesas gordas e feias e  uns velhos a lembrar tempos antigos, fez-me lembrar algumas casas do  slb.
Agora começa a corrida aos bilhetes para o próximo jogo,  caía o Lyon e depois de uma vitória categórica em casa esta estava no  papo, mas como quem foi de carro ao Monaco e a Marseilha também ia de  carro até Lyon, chegar cedo ás bilheteiras onde já figuravam alguns  milhares de adeptos e lá consegui o meu bilhete, este jogo foi um  autêntico passeio, tudo porque a cada bomba do Maniche acabava com a  réstia de esperança dos Franceses, neste jogo pensávamos que íamos a  Itália jogar mas o Depor lá se lembrou de fazer uma reviravolta  fantástica no marcador e passar às meias-finais.
Bem como era  perto tudo queria ver o jogo, outro filme para conseguir um bilhete,  além do bilhete foi-me dado uma camisola e um cahecol que guardo  religiosamente em casa como uma recordação que vai ficar para toda vida,  em casa tínhamos feito um 0-0 noutra arbitragem de bradar aos céus e  tínhamos obrigatoriamente de ganhar onde ninguém até então tinha  conseguido.
Lá me mandei para a Corunha, cidade que conheço bem  (aliás basta perguntar a muitos homens aqui se não conhecem... marotos  estou a falar da boa comida), qual não é o meu espanto que a cidade  tinha-se “engalanado” para receber o FC Porto, bandeiras nas janelas  tudo andava na rua de cachecol e estavam com moral toda, mesmo sem Jorge  Andrade.
Jogo difícil com uma bola no poste e um golo em  fora-do-jogo que a Colina não deixou passar e lá íamos nós aguentando a  tudo o que nos atiravam , nem mesmo a chuva que apanhava porque quis  ficar perto da bandeirola para ver melhor me faziam recuar, até que o  central faz falta sobre Deco dentro da área e o Sr. Colina lá se lembrou  que estava na hora de ter os tomates no sítio e marcar grande  penalidade, o nosso Ninja(que anos depois virou Ginja) fazia as honras  da casa e carimba aqui a nossa passagem à final, não me lembro de mais  nada depois desse momento foi festejar até a partida acabar e já com as  lágrimas nos olhos Derlei dá-me um abraço e diz-me ao ouvido “vamos  vencer a final...”
No meio de tanta alegria horas depois recebo  uma chamada a dizerem-me que um amigo meu tinha falecido num acidente de  carro à vinda da Corunha, uma fatalidade acontecia momentos antes de  uma final.
Mas estava num momento que precisava de esquecer as  infelicidades da vida e lá me lembrei de ir para o Dragão dormir para  arranjar bilhete, levei um saco cama e uma bola de futebol e que jeito  que deu, o FC Porto abriu as portas da bancada para os adeptos poderem  repousar sem problemas, lá consegui 2 bilhetes que foram os mais lindos  bilhetes que tive até hoje, um cartão plastificado com sistemas de porta  moedas. 
No dia da final e o jogo foi um “jogão” um dia para  mais tarde recordar e não trocava por nada deste mundo a felicidade de  ver o a cidade do Porto no dia seguinte parada a festejar a conquista...  Ainda andei à procura por Gelsenkirchen pela minha amiga Charlotte do  Mónaco mas só encontrei o sueco bichona do Tio que ao que me lembro não  viu nada depois do 2º golo.
Meus amigos peço desculpa mas não consegui resumir mais o post e final para mim tinha de ser contada assim.
Um abraço"
PS: Palavras para quê?
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