"Ainda temos mais para ganhar" 
No  dia 23 de Abril de 2012, precisamente de hoje a um ano, Pinto da Costa  espera inaugurar o museu do clube, espaço onde estarão expostos os 51  troféus conquistados pelo presidente do FC Porto no futebol  profissional. Hoje, dia em que completa 29 anos à frente dos destinos  dos dragões, Pinto da Costa pode orgulhar-se de já ter ultrapassado a  barreira da meia centena de títulos, mas também de ter triplicado as  conquistas do clube nos 89 anos que o antecederam. O JOGO falou com o  presidente do FC Porto sobre a passagem de mais um aniversário à frente  dos destinos do clube e sobre os 51 títulos acumulados ao longo de uma  carreira que já é a mais bem-sucedida do futebol europeu. "Não faço a  mínima ideia de quantos títulos conquistei, não mantenho nenhuma  contabilidade actualizada, mas acredito que seja assim: cinquenta e um",  afirmou quando convidado a comentar o registo acumulado. "Mas esses  números fazem parte da história, e estou mais preocupado com o futuro do  que com o passado. Este ano, já ganhámos coisas importantes, mas ainda  temos mais para ganhar. Como a Taça de Portugal, da qual muitos nos  quiseram afastar prematuramente", recordou, para avisar logo a seguir:  "Não basta ter um par de papagaios na televisão para nos derrotarem;  pelo contrário, dão-nos mais força para vencer." 
Entretanto  começam a faltar adjectivos para descrever os feitos desportivos de  Pinto da Costa, tal a facilidade com que ele os alcança, seja com  treinadores novos, velhos, experientes, estrangeiros ou portugueses.  André Villas-Boas, que estava catalogado como novo e inexperiente quando  chegou no início da época ao Dragão, foi o decimo a conquistar o  Campeonato Nacional sob a sua liderança. "Também não sabia que o André  foi o meu décimo campeão, mas fico feliz. Quando escolho um treinador,  assumo a responsabilidade pelo seu sucesso. Quem vem para este clube tem  sempre grandes ambições, e felizmente foram poucos os que não as  satisfizeram", referiu Pinto da Costa. Na história do FC Porto escrita  por ele, há espaço para apenas dois treinadores que saíram do clube sem  qualquer troféu; o primeiro foi Quinito, em 1988/89, enquanto o segundo  foi José Couceiro, já em 2004/05. Há ainda o caso de Luigi del Neri,  embora o treinador italiano tenha abandonado o FC Porto sem realizar  qualquer jogo oficial. Três excepções num extenso quadro de gente que  entrou no clube sem títulos e que saiu de lá com um estatuto reforçado  pelas vitórias. Uns mais do que outros, é certo, até porque também houve  quem não tenha conseguido vencer o campeonato ao lado de Pinto da  Costa, mas que, mesmo assim, fez questão de assinalar a sua passagem  pelo clube com outras conquistas: José Maria Pedroto (uma Taça de  Portugal e uma Supertaça), Octávio Machado (uma Supertaça), Victor  Fernández (uma Taça Intercontinental e uma Supertaça) e até Rui Barros,  treinador interino que conquistou uma Supertaça. 
Esta temporada,  Pinto da Costa já festejou mais dois títulos - Supertaça e Campeonato  Nacional - e tem mais dois para festejar. Para já seguem-se as  meias-finais da Liga Europa e a final da Taça de Portugal, duas provas  que repousam nas mãos do treinador mais jovem com que Pinto da Costa  trabalhou. "Houve quem dissesse que contratei André Villas-Boas à pressa  e outros tantos que questionaram a sua maturidade, mas ele mostrou a  uns e a outros que é muitíssimo competente, que tem um grande talento e  que o espera uma grande carreira." Certezas que Pinto da Costa sublinha e  que o levam a garantir que, para ele, Villas-Boas sempre foi um valor  seguro. "Para mim, nunca constituiu um risco, porque é um valor seguro.  Tal como Jorge Jesus, por exemplo", fez questão de acrescentar, abrindo a  porta à pergunta: afinal, como vê as críticas que se têm multiplicado  nos últimos dias ao técnico que venceu o campeonato anterior? "Sou um  apreciador dele, todos sabem, mas confesso que não posso avaliar a sua  responsabilidade no actual momento do Benfica. Para isso, teria de saber  se foi ele o responsável pela venda de Ramires e Di María no início da  época. E se também aprovou a saída de David Luiz em Janeiro ou se foi o  responsável pelo afastamento dos sócios e pela vergonha que eles  sentiram com os apagões e outros. Se foi ele, então sim, é o  responsável; se não foi, o responsável deve ser outro." 
51 
Pinto  da Costa já conquistou 51 troféus no futebol profissional durante os 29  anos de presidência no FC Porto. Antes da sua chegada ao clube, os  portistas tinham "apenas" 16 títulos na sua história...
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